terça-feira, 22 de março de 2011

Europa incentiva uso de motocicletas

Com ruas cheias de carros, trânsito pesado e poucas vagas para estacionar, a Europa incentiva o uso das motocicletas como solução inteligente para resolver os problemas das cidades

por Rafael Miotto

Todos que visitam a Europa se surpreendem com diversos aspectos do Velho Continente. Comparando com o Brasil, por exemplo, é inevitável averiguar que o sistema de transportes dos países europeus, assim como a segurança dos cidadãos, estão anos-luz à nossa frente. Contudo, há de se ressaltar que a história desses países é milenar e a sua civilização já passou por muitas experiências para chegar ao estado atual. Por que, então, não utilizar algumas dessas experiências já realizadas no "Velho Mundo" em terras brasileiras? Por exemplo, há algum tempo as autoridades vêm criando alguns incentivos para as pessoas trocarem os carros pelas motos, principalmente nas capitais. Uma das principais iniciativas neste sentido aconteceu em 1996, quando a União Europeia criou uma legislação de equivalência entre as habilitações de carro e moto.

Desse modo, quem possui a habilitação para automóveis (carteira B) e tem mais de dois anos de experiência no trânsito pode pilotar uma motocicleta ou scooter de até 125 cm³, sem a necessidade de tirar a carteira A, utilizada para motocicletas de todos os tipos. "Em alguns lugares de Paris é simplesmente impossível andar de carro e isso fez com que muita gente passasse a andar de moto diariamente, melhorando o fluxo de trânsito na cidade", disse Eric Breuillac, um fotógrafo brasileiro radicado na França há mais de dez anos. Entre os países europeus que aderiram a equivalência de habilitação estão: Itália, França, Espanha e Áustria.

E, colocando esta ideia em prática, tiveram um grande crescimento do número de motocicletas nas ruas. Em sua maioria, os scooter dominam o mercado pela comodidade que trazem. "Você tem a vantagem de ter o câmbio automático, o espaço em baixo do banco e, além disso, nos dias de chuva você quase não se molha e sente muito menos frio", acrescentou o guia turístico Jaime de Souza, que utiliza um scooter Piaggio todos os dias para rodar por Paris.

Desde a última renovação do Piaggio MP3, realizada no final de 2008, este simpático scooter passou a ser homologado como triciclo em diversos países da União Europeia. Desse modo, em muitos países do bloco o triciclo pode ser dirigido por quem tem apenas a habilitação B (carros), com a limitação de até 34 cv de potência. As modificações no MP3 incluem um pedal de freio no pé direito, que faz a frenagem do triciclo de modo combinado entre os eixos, e a principal: a distância entre as rodas dianteiras foi aumentada em 46,5 cm³, aumentando ainda mais a estabilidade do veículo em curvas. Além disso, o scooter conta com bloqueio da suspensão dianteira quando parado, assim, o ocupante não necessita colocar os pés no chão.

Para completar o pacote, os piscas aumentaram de tamanho. Tudo isso fez com que a marca italiana encontrasse uma brecha na legislação europeia e tornasse os MP3 250 e 400 best-sellers. Outra medida tomada pelas autoridades francesas, para melhorar as condições de trânsito em Paris, foi proibir que carros circulem por algumas áreas centrais. Além disso, encontrar uma vaga para estacionar um carro pode ser um grande desafio de paciência e exige o desembolso de uma grande quantia de dinheiro. Em contrapartida, um trabalho muito interessante começou a ser realizado na Cidade Luz. Existe um serviço de mototáxi no Aeroporto Charles de Gaulle feito, nada mais nada menos, por motocicletas Honda Goldwing. "Um diretor de uma empresa prefere, muitas vezes, trocar um táxi normal por uma Goldwing.

Primeiro porque a moto será mais rápida no trânsito e segundo porque as motos chegam a lugares que os carros não chegam. Isso mesmo o mototáxi chegando a custar duas vezes mais do que um táxi comum", explicou o jornalista francês Charles-Henrick Gaurier. No entanto, mais países têm mostrado a valorização das motocicletas, como veículo inteligente para a mobilidade no trânsito. Por exemplo, desde 2006, em Londres, na Inglaterra, motocicletas e bicicletas podem utilizar as faixas que eram exclusivas para ônibus. A primeira experiência realizada em três vias da cidade comprovou que os acidentes com ciclistas e motociclistas caíram 44%.

Assim, a medida foi expandida para as outras vias da cidade. Enquanto isso, no Brasil, as autoridades, apesar dos avanços nas vendas de motocicletas nos últimos tempos, vêm adotando medidas contraditórias em relação ao uso de motos. Em vez de utilizar estes exemplos já bem-sucedidos na Europa, para resolver alguns problemas de mobilidade que enfrentamos em nosso país, os legisladores e a mídia parecem ir na contramão do mundo. De um lado, as motos estão sendo proibidas de circular em algumas vias e, de outro, as motocicletas são massacradas pela imprensa. Mas, então, quem será que tem mais experiência no assunto? Com certeza, as motos são uma ótima opção para a mobilidade no Brasil!

Equivalência na habilitação

Após a iniciativa dos governantes de equivaler a habilitação de carros a motos até 125 cm³, as vendas de scooter quase dobraram na França. De 24 000 unidades, em 1995, ano anterior ao início das novas regras, as vendas saltaram para

44 000, em 1996. Em 2009,foram matriculados 77 000 scooter na França.

Velho continente movido a duas rodas

Apesar das motocicletas terem uma grande importância no dia a dia dos europeus, outro veículo de duas rodas é essencial para os habitantes do Velho Continente. Por toda a Europa é espantoso ver a quantidade de bicicletas pela rua, em Amsterdã, por exemplo, sem dúvida, as bicicletas são o veículo nº1 para a população. Pessoas de todas as idades e classes sociais utilizam as "bikes", que ficam literalmente empilhadas nas ruas. Outro exemplo interessante ocorre em Paris, na França, onde o governo disponibiliza bicicletas em diversas estações na cidade. O serviço é feito de maneira "self-service" com um cartão especial ou mesmo um cartão de crédito comum. Com a primeira meia hora de uso gratuita e as posteriores por 1 euro, você pode se deslocar por toda a cidade e depois deixar a bike em qualquer outra estação disponível em Paris.

Redação Motociclismo

Imagens Rafael Miotto

Dilma passará quatro dias na China para negociar acordos econômicos e comerciais

Em três semanas, a presidente Dilma Rousseff fará a mais longa de suas viagens ao exterior. Nos dias 12, 13, 14 e 15 de abril, ela irá a Pequim, Sanya e Boal, na China. A visita será basicamente econômica, embora a agenda inclua reuniões com o presidente chinês, Lu Jintao, e o primeiro-ministro, Wen Jiabao. A pedido de empresários e em favor do equilíbrio da balança comercial, a presidenta busca um acordo sobre o acesso de produtos brasileiros ao mercado chinês.

Dilma participará de um seminário econômico da cúpula dos Brics – bloco formado pelo Brasil, pela Rússia, Índia e China e formalmente, a partir de abril, pela África do Sul – e do fórum dos países asiáticos. No fórum, Dilma foi convidada pelo presidente chinês para discursar depois dele.

Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Segundo a Câmara de Comércio Brasil-China, as relações comerciais entre os dois países cresceram nos últimos anos 47,5% (ao ano), tendência que se repete nas relações dos chineses com vários países de economia emergente.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota , disse que há um superávit de mais de US$ 5 bilhões em favor do Brasil nas relações com a China. No retorno para o Brasil, a presidenta poderá passar pela Grécia, mas essa viagem ainda não está definida, segundo assessores. Na Grécia, ela deve se encontrar com o presidente, Károlos Papúlias, e o primeiro-ministro, Georgius Papandreu.

Antes de ir à China, Dilma vai a Portugal nos próximos dias 29 e 30. A presidenta acompanhará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que será homenageado, no dia 30, com o título de doutor honoris causa pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra – uma das mais antigas do mundo, criada no século 13.

Em Lisboa, Dilma deverá se reunir também com o presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, e o primeiro-ministro, José Sócrates. Portugal vive atualmente um momento político distinto porque Cavaco e Sócrates são de correntes políticas opostas.


Fonte: Export News



sexta-feira, 18 de março de 2011